quinta-feira, 30 de abril de 2009

Ensaio sobre Reconciliação


Vivemos em uma sociedade "pós-moderna", que tende ao subjetivismo e a descrença. As pessoas geralmente não aceitam nenhuma "verdade" pois sequer acreditam que exista uma, possuem uma visão fragmentada e superficial sobre muitos assuntos principalmente sobre assuntos sobre a fé e sobre Jesus Cristo, que permanece o mesmo.

Ao falarmos de Jesus como realmente foi, devemos pensar que a cada cristão do nosso século, como a Simão Pedro, em resposta à confissão "Tú és o Cristo, o Filho do Deus vivo" é endereçada a verdade perene das palavras "não foi a carne e o sangue quem to revelou, mas meu Pai que está nos céus"

Não é prova ocular nem histórica, mas revelação divina, o testimonium Spiritus Sancti internum (BAILLIE, D.M. Deus Estava em Cristo, São Paulo: Aste, 1964 p.60)

A Revelação de Jesus Cristo, portanto, não nos vem por canais humanos e naturais; é o produto da revelação divina através de vidas transformadas pelo Espírito Santo.

O Novo Testamento não demonstra contraste entre a ira de Deus e o amor de Cristo, ou a idéia de que a atitude de Deus para com os pecadores tinha que ser mudada. Por meio do sacrifício de Cristo, a humanidade recebeu ao invés da ira e da justica, o amor e a misericórdia divina. O sentido original da palavra expiação hb. "kaphar" é reconciliação, que significa literalmente "cobrir" ou "apagar" (Ibid. p.213)

A reconciliação é o efeito da obra de Cristo, que desfaz a condenação sobre a desobediencia que causa morte "sem derramamento de sangue não há perdão" (Hebreus 9:22). Justiça, amor e misericórdia de Deus são atributos que nos foram revelados através do sacrifício de Cristo, substituindo os homens culpados e restaurando a nossa comunhão com o Pai.

O grande desafio do cristianismo para o mundo atual é re-afirmar a centralidade da morte e ressurreição de Cristo na reconciliação do ser humano com Deus na experiência com Deus através de sua Palavra. A Igreja deve testemunhar sua fé para o mundo, demonstrando a fidelidade e o poder de Deus para acender a esperança nos corações obscurecidos e nas mentes cauterizadas pelo pecado alienante.

"Porque a Palavra da cruz é loucura para os que perecem; mas para nós, que somos salvos, é o poder de Deus" I Corintios 1:18

Teologia e Igreja




A Finalidade da Igreja Local é ser o que Deus quer que ela seja. A Igreja é um corpo que possui um Cabeça, e que lhe designou uma abrangente missão: ser uma comunidade reconciliadora. A Igreja, portanto, é uma comunidade de pessoas reconciliadas em Cristo e que testemunham a possibilidade de reconciliação no mundo alienado. Por possuir a presença de Jesus Cristo, a Igreja deve ser um referencial de amor e de comunhão: Igreja que ama, que serve, e que dá testemunho da presença de Deus, construindo uma ponte entre o "já" e o "ainda não", demonstrando antecipadamente aspectos do Reino.